Juliana Licio
depois de anos-luz de namoro, o sol e a lua resolvem discutir a relação. o sol pede perdão pelos erros cometidos. ele afirma que andou de cabeça quente, mas que fará o maior esforço para que tudo seja diferente. a lua, tão magoada e discrente, já não sabe se pode acreditar no sol e confessa estar cansada. o sol, desesperado, implora para que ela acredite em seu amor. ele garante que, depois de tantos anos-luz juntos, agora falta pouco para tudo se acertar e eles não se separarem mais. a lua, tão esperançosa, conclui que ainda gosta muito do sol e resolve lhe dar mais uma chance. o sol garante que não haverão mais arrependimentos. a lua, teimosa, sonha em ser envolvida nos raios do sol em... um belo dia de verão? uma bela noite de luar? um minuto de paz e logo recomeça a discussão. ilusão... o sol é do dia, claro, forte e intenso. já a lua é da noite, tímida, misteriosa e romântica. e apesar de se amarem tanto, a lua brilhante e o sol radiante, nunca poderão compartilhar do mesmo céu. além de estarem sempre separados, pelo dia e pela noite, eles começam a entender que um não suporta ser ofuscado pelo brilho do outro. e eis que, em meio a discussão, como num coro desesperado lançam a pergunta que agora paira no ar: "será que adianta eu te amar tanto?".